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Estudo publicado em jan/2000 comprova riscos
de câncer na combinação estrogênio/progestina, de
  uso consagrado na Terapia de Reposição Hormonal

[Extraído do boletim médico mensal do Dr. John R. Lee, edição fev/2000]

Tradução: NovaTRH <www.novatrh.net>

Sempre suspeitei que os leitores dos meus boletins médicos são bastante inteligentes. E isso ficou muito bem confirmado recentemente, depois que o Journal of the American Medical Association (JAMA) publicou um vasto estudo, que examinou mais de 46.000 mulheres e parece demonstrar que o regime Premarin/Provera* na Terapia de Reposição Hormonal (TRH) oferece maiores riscos de câncer de mama do que o estrogênio não combinado.  O estudo recebeu grande atenção da imprensa, a maior parte vergonhosamente enganosa.

Embora meu telefone não tenha parado de tocar durante dias e eu tenha recebido dezenas de cartas, faxes e e-mails sobre esse estudo, a grande maioria queria apenas confirmar que o estudo se referia a progestinas sintéticas (ou progestogênios), e não à progesterona natural – o que é verdade.  Em outras palavras, meus leitores estão bem conscientes da diferença entre progestinas sintéticas, como as utilizadas nesse estudo, e a progesterona natural que eu recomendo.

Infelizmente, não posso dizer o mesmo sobre a mídia. É uma coisa terrível saber que meus leitores são mais espertos que a maioria dos redatores de assuntos médicos e comunicadores de TV neste país! Eu estou pasmo e desalentado por ver jornais e outros veículos de comunicação reportarem-se tão incorretamente sobre o estudo, e por utilizarem o termo “progesterona” para descrever as progestinas usadas no mesmo estudo. É realmente uma pena que não possamos ensiná-los....

Sugiro que todos enviem cartas, emails e faxes mostrando essa diferença aos veículos de comunicação que utilizem regularmente. Também registro meu reconhecimento aos autores (Catherine Schairer et al.) por terem usado a palavra progestina na maior parte do estudo.

Muitos leitores me pediram uma análise desse estudo. Portanto, vamos olhá-lo mais de perto.
 

TRH & Câncer da Mama – Talvez agora os outros médicos me escutem....

A edição de 20 de janeiro de 2000 do JAMA publicou o estudo “Menopausal Estrogen and Estrogen-Progestin Replacement Therapy and Breast Cancer Risk” (O Estrogênio na Menopausa e os Riscos de Câncer da Mama na Terapia de Reposição Hormonal com Estrogênio / Progestina). Os resultados do estudo mostram que mulheres em TRH usando estrogênio e progestina sintética (não progesterona) têm maiores riscos de câncer de mama do que aquelas que usem apenas estrogênio.**

Comparado com a não utilização de qualquer hormônio, os risco de câncer de mama nas mulheres que usam somente estrogênio (TRE) é aumentado em 1 % por ano de uso, ao passo que o risco em mulheres que usam estrogênio e progestina (TRH) é aumentado em 8 % por ano de uso. Isso significa que uma mulher em TRH convencional durante 5 anos tem riscos 40 % maiores que uma mulher que não faça TRH.  Isso é um enorme incremento.

O curioso é que isso foi reportado diversas vezes em excelentes estudos durante a última década, e somente agora chega ao noticiário. Bergkvist (Suécia) reportou isso em 1989. Willett, Colditz e Stampfer também encontraram isso no seu estudo do Harvard Nurses Questionnaire, de 1995. Talvez agora isso penetre nas mentes dos médicos que prescrevem essa combinação de medicamentos na Terapia de Reposição Hormonal.
 

Vou Repetir...

O importante é ter em mente que progestinas não são progesterona. A progesterona protege contra o câncer da mama. As progestinas são drogas sintéticas que supostamente imitam a progesterona - mas na verdade não imitam. Conforme já divulgamos diversas vezes, existem vários estudos que mostram a diferença entre progesterona e progestinas sintéticas e, principalmente, seus diferentes efeitos sobre as células da mama.

Como está bem comprovado que estrogênio em excesso pode causar e promover o câncer da mama, então por que a combinação usada na TRH é pior que o estrogênio não combinado? Eu acredito que seja porque as progestinas ocupem os receptores de progesterona com mais firmeza que a própria progesterona, e assim bloqueiam as funções da progesterona, uma das quais é fundamentalmente reverter os efeitos cancerígenos do estrogênio. As progestinas conduzem às células-alvo mensagens diferentes daquelas conduzidas pela progesterona verdadeira.  A progesterona verdadeira ativa o gene p53, que retarda a proliferação das células da mama e aumenta a ação protetora da apoptose (morte programada de uma célula - quando esta detecta que o seu DNA foi danificado, evitando o câncer), ao passo que as progestinas não fazem isso.

A mensagem é simples. Estrogênio não combinado é perigoso, e estrogênio combinado com progestinas sintéticas é ainda mais perigoso, no que se refere a riscos de câncer da mama.

Quem estiver usando progesterona verdadeira não precisam entrar em pânico – a progesterona verdadeira (natural) protege os seios. Cowan et al, da Universidade Johns Hopkins, reportou em 1981 que mulheres com deficiência de progesterona na pré-menopausa têm 5,4 mais chances de desenvolver câncer da mama do que mulheres com níveis normais de progesterona. O recente estudo é apenas mais uma confirmação de que progestinas sintéticas não devem ser usadas.
 

O Segredo é a Interpretação Correta

Comentando sobre esse recente estudo do JAMA, alguns médicos sugeriram que as pacientes e seus médicos devem interpretar esses dados como uma indicação de que o estrogênio não combinado (sozinho) deveria ser usado durante alguns anos da menopausa. Ora, como é amplamente sabido que o estrogênio não combinado causa o câncer endométrico, coágulos sangüíneos e derrame cerebral, o que é que esses médicos estão pensando? Além disso, também está comprovado que o estrogênio sozinho aumenta os riscos de câncer da mama - só que não tanto. Esse estudo deve ser interpretado como um grito de alerta aos médicos, a fim de que parem de usar progestinas e passem a usar progesterona. Com base em tudo que agora sabemos sobre as progestinas – elas aumentam os riscos de câncer e de doenças cardíacas (ver detalhes nas edições de abril e maio/98 deste boletim médico) – a prescrição de progestinas para uma mulher na menopausa deve ser considerada imperícia médica.

Também seria prudente pensar seriamente sobre o quão seguro é ingerir as progestinas que se encontram nas pílulas anticoncepcionais. O Depo Provera, um anticoncepcional injetável de longa duração, é um acetato de medroxiprogesterona, a mesma progestina usada na Terapia de Reposição Hormonal. Já sabemos que o Depo Provera causa efeitos colaterais devastadores em muitas mulheres, e não existem estudos de longo prazo sobre seus efeitos nos riscos do câncer de mama. Não consigo pensar num indício mais forte que o presente estudo para que se fique bem longe do Depo Provera e para que se reconsiderem os anticoncepcionais orais.

Cerca de 6.000 mulheres deixaram de ser consideradas nesse estudo por usarem “injeções, adesivos ou cremes.” Desconfio que isso signifique que quem não usava Premarin e Provera* foi excluído, mas também suspeito que havia muitas mulheres nesse grupo de excluídas usando progesterona natural, via oral ou transdérmica. Estou trabalhando para descobrir se existe algum dado sobre a ocorrência de câncer da mama nessas mulheres.

Eu acredito que a progesterona seja um potente protetor contra os 80 % de câncer da mama relacionados a hormônios. (Ver detalhes nas edições de abril e maio de 98). Meus colegas e eu temos feito a seguinte pergunta a milhares de pacientes: “De todas as mulheres que você conhece e que tiveram câncer da mama, quantas usavam creme de progesterona natural?” Exceto por umas poucas que, por coincidência (ou intuição) começaram a usar o creme de progesterona poucas semanas ou meses antes do diagnóstico de câncer, não encontramos nenhuma até agora. E eu gostaria de fazer a mesma pergunta a você. Caso tenha conhecimento de qualquer mulher que tenha tido câncer de mama e que use creme de progesterona natural, favor mandar-me mensagem por e-mail para info@johnleemd.com, ou escrever para P. O. Box 3527, Santa Barbara, California 93130 - USA.
 

Progesterona e Progestinas – Qual a Diferença?

Já resumi claramente as diferenças entre progesterona e progestinas em meus livros, mas às vezes o método socrático do questionamento funciona melhor para esclarecer um assunto...

 Sugiro àqueles que ainda insistem que progesterona e progestinas são a mesma coisa, ou que progesterona é o nome genérico que também inclui progestinas, que ponderem sobre as seguintes perguntas.  Se progesterona e progestinas são a mesma coisa,

– Por que os médicos que tratam de fertilidade só usam progesterona e não progestinas?

– Por que as progestinas causam malformação de nascença, enquanto a progesterona é essencial a uma gravidez viável e saudável?

– Por que as progestinas sintéticas não aparecem nos exames de sangue e de saliva que verificam os níveis de progesterona? Em outras palavras, por que ao se deixar de tomar uma progestina aumentam os níveis de progesterona no organismo?

– As mulheres grávidas produzem 300 mg de progesterona ao dia, no último trimestre da gravidez. Por que elas não têm índices mais altos de câncer da mama, como acontece com as mulheres que tomam progestinas?

– Por que a progesterona natural não causa os efeitos colaterais levantados a respeito do acetato de medroxiprogesterona (Provera*), que é a progestina sintética mais comumente usada na Terapia de Reposição Hormonal?


Notas
– Todos os grifos são originais.
– O Dr. John Lee foi hoje talvez a mais respeitada autoridade no questionamento da TRH.
* Provera®  –> Equivalente ao Farlutal® usado no Brasil.
** Estudo semelhante já tinha sido publicado, em 1995, no New England Journal of Medicine. Foram estudadas 121.700 mulheres, constatando-se que os riscos de câncer também eram aumentados em 40 por cento num período de 5 anos. Mas o estudo menciona progestinas sintéticas conjugadas com estrogênio sintético. No caso do Premarim®, consta que os estrógenos da sua fórmula são naturais, mas apenas uma parte deles é natural ao ser humano. A outra parte é natural aos eqüinos (éguas).  E a progestina utilizada no Farlutal® (acetato de medroxiprogesterona) é um hormônio modificado.


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